sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Klimtimizado à la Toulouse-Lautrec

Muito pensei sobre começar minha história nesse espaço virtual.
O que devo dizer? Como devo dizer? Será que tantas dúvidas realmente importam? Creio que não...
A verdade, é que ultimamente, não acho graça no mundo. Tudo anda em branco e preto, sem sal, sem açúcar. O mundo tem estado apático, assim o vejo, assim o sinto.
Eis que numa dessas noites de verão africano, estando eu em São Paulo, Klimt se apoderou de meus transpirados pensamentos.
Lembrei-me de suas ruivas, a “Senhora de chapéu e boá de plumas”.
Ela, com seus olhos semicerrados, carregados de nostalgia, desconfiança e cansaço traduzem todo meu enfado.
Nada de ouro, nada de prata, nada de ornamentos, nenhum exagero típico de Klimt, nada, nada, nada, absolutamente nada do Klimt vienense...do Klimt da Jugendstil.
O Klimt francês é o que traduzia meu momento, o Klimt expressivo, bem Toulouse-Lautrec. O decorativo não existe, apenas pinceladas grossas e visíveis ...e uma paleta sombria.
Apesar de tudo, esta tela me retirou da inércia em que me encontrava.
O cavaleiro dourado, ao fundo, me fez lembrar que a vida ainda é uma batalha e que melhores dias virão.
Devo sair a campo e batalhar por dias mais...dourados e menos...negros.
Imagem: Lady with Hat and Feather Boa
( Dame mit Hut und Federboa)
1909
Óleo sobre tela
69x55cm
Österreichische Museum für Angewandte Kunst
Viena (Aústria)

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