Eis que embarcamos em 2009: E quem sabe onde vai dar este ano, ou no que vai dar? Atualmente, nem o comandante da nau dos loucos, Deus.
A única certeza é a numérica: 2+0+0+9 = 11 que, no frigir dos ovos, 1+1 = 2...2009 valerá por dois! Tudo dobrado. Será que veremos tudo dobrado sem ajuda de álcool? Na dúvida, pergunte ao oráculo: http://www.google.com/!
Ano Novo passou, que venha o Carnaval. Espero sinceramente, que algumas máscaras caiam antes de sua alegre chegada em fevereiro!
Querem uma imagem artisticamente carnavalesca? Lhes apresento “O Carnaval de Arlequim” , do españolito Joan Miró.
O Carnaval de Arlequim
1924-1925
Óleo sobre tela
66x93
Albright-Knox Arte Gallery, Buffalo (Estados Unidos)
O que vocês acham?
André Breton dizia que Miró era o mais surrealista de todos os surrealistas. Entretanto, nem tudo que leva a formação de uma pintura é surreal. Geralmente, as causas são bem reais!
A tela, “Carnaval de Arlequim”, foi inspirada nas alucinações causadas pela fome sentida por Miró. Fome de comida, meus caros e minhas caras! Existe algo mais degradante e humilhante, do que estar em Paris e não ter para comer nem as migalhas de um brioche que Maria Antonieta amassou? Que falta faz uma Gertrude Stein na vida dos bons e famintos artistas!
O próprio Miró relatou que quando voltava ao ateliê da rua Blomet à noite e deitava às vezes sem jantar, ele via coisas e as anotava no cadernos, via alucinações no teto.
É...a fome tem um efeito lisérgico impressionante. Se a moda pega, o tráfico cai em desgraça financeira! Ai, ai, é melhor eu deixar a sátira de lado antes que Miró decida assombrar-me durante o sono.
Esta tela encerra a fase das obras dominadas pela imaginação (será que encerra a fome somaliana em solo francês de Miró, também?).
Meninos e Meninas, não é uma obra fácil e exige de nós, bem nutridos observadores, meticulosa observação. A composição gira em torno de dois personagens centrais: um robô que toca viola e um arlequim com grandes bigodes e corpo de viola. A seu redor, uma multidão heterogênea de animais e objetos excêntricos se revela alheia à ação dos dois personagens. Uma cena de baile de carnaval.
Observem que sobre um plano quadriculado, o artista divide horizontalmente a tela ao meio, separando cromaticamente a parede do chão, e distribui as figuras de forma equilibrada. As paredes possuem manchas de umidade e pela janela se vêem o sol e a torre Eiffel, reflexos do exterior. Não é a pintura de um doido faminto, é a obra de um artista comprometido. Com a fome ele dormia, e dessa união noturna nasceu o carnaval.
Este era o mundo interior de Miró, um mundo musicalmente fantástico. Uma alucinação carnavalizada. A fome concedeu um banquete surreal aos nossos insaciáveis olhos.
Marie....cadê você? O próximo ato é seu!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCaríssima,
ResponderExcluirDe onde você extrai seu bom humor?
É uma fonte inesgotável, não é mesmo?
Você vai longe, garota!
Quero morrer tua amiga!
beijos