“As pessoas preferem a simplicidade das aparências à complexidade das essências” (da Geb, dezembro/2008)
Em certos momentos, da Geb, no auge de seus tormentos pessoais, em meio a miríade de blasfêmias que profere, mergulhada em romântica cólera, ainda consegue filosofar.
Essa é uma das vantagens de tornar-se parte do mobiliário da vida de alguém. A pessoa flui sem inibições, diz o que dificilmente diria na “feira das vaidades” de sua vida social.
Sou grata por ter o prazer de assistir de camarote as crises dolorosamente vividas por da Geb. Particularmente, aprecio quando ela entra em crise, pois sei que algo de bom, muito bom virá logo após a tormenta. Ela se auto-detona para em seguida reconstruir-se com os restos da demolição e com novos materiais. Retorna à existência remasterizada, como ela mesma diz, e com camada de cor extra.
Essa frase, dita por da Geb, explica muito sobre as virtudes e defeitos dos homens.
É mais simples ser falso. Talvez, a superficialidade seja o principal defeito dos politicamente corretos. Complexidade das essências pede autenticidade e quantos de nós possue coragem, dignidade e inteligência para ser autêntico? Pouquíssimos, a maioria prefere a comodidade bestial de uma existência plagiada.
Assim caminha a humanidade, rumo a fakelização.
Ser autêntico é crime, uma ofensa aos pobres de espírito e desprovidos de criatividade.
Temo pelo futuro das essências complexas. Vivemos a era da mediocridade, da falta de bom senso e carência de vontade. Não vejo sinais que apontem para o fim desta era.
Entretanto, há que perseverar, pois ainda existem alguns poucos exemplares de seres humanos detentores de essências apaixonadas e complexas e há também, alguns poucos que apreciam esses seres complexos. Talvez a salvação esteja na valente resistência desses pequenos grupos.
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